Rede 5G: conheça essa nova tecnologia
A rede 5G chega para revolucionar o âmbito de telecomunicações. Como prova, elencamos as principais diferenças, incluindo exemplos práticos dos benefícios por ela trazidos.
As redes móveis foram fator determinante nos avanços tecnológicos e no estilo de vida da sociedade. Com a chegada de sua terceira geração (3G), vivemos a popularização da rede móvel, onde se tornou possível navegar por redes sociais, trocar mensagens por aplicativos e navegar por sites através de dispositivos móveis, onde quer que estivéssemos.
A evolução dessa tecnologia ganhou forma com a quarta geração (4G), que foi um divisor de águas no tocante tocante a streaming de vídeo, possibilitando a entrega sob demanda e ao vivo.
A rede LTE (Long Term Evolution), como é conhecida oficialmente, entregava uma média de velocidade de internet móvel maior que o dobro da anterior e um sinal mais estável.
A quinta geração, entretanto, chega para revolucionar o âmbito de telecomunicações (e talvez você, leitor, já esteja cansado de ler essa frase). Como prova, elencamos as principais diferenças, incluindo exemplos práticos dos benefícios por ela trazidos.
O que muda com a chegada do 5G?
Da mesma maneira que as gerações anteriores nos brindaram com consideráveis ganhos de velocidade quando comparadas àquelas que lhes precederam, o 5G contará com uma mudança brusca nessa métrica: enquanto o 4G entrega uma média de 32,41Mbps (Speed Test Global Index – Ookla), a quinta geração pode entregar até acima de 10 Gigabits por segundo.
Isso significa que um vídeo em alta definição, que levaria em torno de 2 horas para ser baixado na geração mais antiga, precisará de, apenas, cerca de 10 a 20 segundos na mais nova.
Outra métrica que apresentará uma drástica mudança é a latência, que vem a ser o intervalo de tempo entre o momento em que o usuário acessa um serviço e aquele no qual recebe a respectiva resposta do servidor.
De forma simplificada, trata-se de um atraso. Assim, quando se acessa um vídeo e ele demora a carregar, pôde-se inferir que a latência está alta.
Em média, o 4G apresentava uma latência de 80 milissegundos, enquanto a 5ª geração virá com uma latência de entre 1 e 4 milissegundos.
Esses fatores, todavia, são impactados diretamente por uma rede congestionada. Logo, na rede móvel de geração anterior, era comum termos problemas de conexão, latência alta e velocidades reduzidas, em locais movimentados.
Isso ocorria por, basicamente, dois motivos: o primeiro deles é que a quarta geração não suportava radiofrequências onde o 5G opera e o segundo é que a capacidade de dados da geração anterior era consideravelmente menor.
Anteriormente, a rede suportava até 10 mil dispositivos conectados por quilômetro, enquanto, com a nova tecnologia, é possível a conexão de até 1 milhão de dispositivos por quilômetro.
Por conta dessa diferença, acerca da quantidade de dispositivos, atrelada às métricas otimizadas, o 5G chegará para possibilitar uma interação ainda maior com tecnologias emergentes.
Benefícios dessa nova tecnologia
Com uma rede móvel que promete qualidade similar às (ou até maior que) redes domésticas, será possível entregar serviços ainda melhores, relacionados a IoT (Internet das coisas), com casas e carros inteligentes otimizados, serviços com realidade virtual e, até mesmo, possibilitar cirurgias remotas, com a utilização de equipamentos conectados à rede.
Diante de tantas mudanças, muitas dúvidas permeiam esse assunto, sob o ponto de vista do usuário, principalmente no que tange aos impactos práticos ora trazidos aos dispositivos móveis.
Uma das vantagens reside na otimização do consumo de energia dos dispositivos, já que a rotineira busca por sinais de internet menos instáveis sobrecarrega as baterias e, como já mencionado, o 5G oferece mais estabilidade de conexão.
Preciso atualizar meu celular ou chip?
Uma pergunta frequente é: precisarei trocar meu celular ou chip? A resposta é… depende!
Existem dois tipos de padrão para a nova geração, que se diferenciam, sucintamente, nos núcleos de rede (também chamado de core), que concentram servidores e equipamentos necessários, permitindo a comunicação entre usuário e serviço.
Os padrões são definidos por NSA (Non-standalone) e SA (Standalone), sendo ambos considerados 5G do tipo “puro”, por permitir uso de frequência dedicada.
A diferença é que o primeiro utiliza núcleos do 4G para operar, enquanto o segundo, por ser mais moderno, necessita de um núcleo de rede dedicado, o que o torna mais caro para as operadoras, visto que não podem aproveitar a estrutura já existente anteriormente.
Logo, para a maioria das operadoras, não será necessária a troca de chip, caso o padrão utilizado seja o NSA. Já para o padrão SA, a troca de chip irá depender, não só da operadora, como do seu atual plano de dados.
Sobre aparelhos, eles devem ser compatíveis com a nova tecnologia 5G. Tendo isso em vista, querendo usufruir do 5G, quando ele chegar à sua cidade, consulte sua operadora sobre as condições do seu chip e aparelho.
O 5G no cenário brasileiro
A chegada do 5G Standalone (padrão exigido pela Anatel) no Brasil vem ocorrendo de maneira gradativa. Ao todo, 12 capitais já receberam a tecnologia: Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Palmas (TO), Porto Alegre (RS) Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Vitória (ES).
A agência nacional de telecomunicações determinou, nos últimos dias, o adiamento do prazo máximo de lançamento do serviço em todas as capitais do Brasil para o dia 29 de novembro de 2022.
E aí? Preparados para a próxima revolução das comunicações? Qual é a sua expectativa para essa virada de chave?
Texto escrito por Guilherme Geschwind, bacharel em Engenharia de Telecomunicações.