Design Thinking: o que é, princípios e abordagem
O Design Thinking te ajuda a resolver problemas complexos através de um framework. Confira tudo no conteúdo!
O Design Thinking traz uma abordagem para resolução de problemas no cenário incerto, volátil, complexo e ambíguo em que vivemos.
Não importa onde você esteja, em sua volta foi criado através do design, mas já dizia Bruce Mau “Para a maioria, design é invisível. Até que falhe.”
E é aí que o Design Thinking entra como um método eficiente para resolver problemas de forma que gere valor para todos os envolvidos.
O que é Design Thinking
O Design Thinking é um conjunto de práticas para resolução de problemas de forma ágil e eficiente baseado em disrupção e experiência do cliente.
Segundo David Kelley, o termo surgiu em 2003 em uma reunião com Tim Brown e já em 2005 o Design Thinking se tornou um curso na Universidade de Stanford.
Apesar do termo estar muito ligado à inovação, o Design Thinking não é uma inovação, mas um neologismo, ou seja, uma nova forma de abordar o design.
A sua metodologia é baseada em processo de divergência e convergência para resolução de problemas, como podem ver no exemplo a seguir:
Apesar de haver um caminho a seguir, o Design Thinking é muito flexível e pode ser que a cada etapa, de acordo com as descobertas, seja necessário voltar em fases anteriores.
As 4 palavras que definem o Design Thinking
Existem 4 palavras que descrevem muito bem as características do Design Thinking como solução: disrupção, paradigma, inovação e experiência.
A disrupção é a interrupção do curso normal de um processo, certo? Dessa forma, as inovações com características disruptivas, provocam uma ruptura com os padrões já estabelecidos no mercado.
O paradigma é a representação de um padrão a ser seguido e passa a ser um modelo reconhecido por uma comunidade que por algum tempo fornece soluções para os problemas emergentes.
A inovação é a exploração de ideias com sucesso, mas a maior parte das inovações que vivenciamos é incremental, poucas são realmente disruptivas.
Já a experiência é a vivência humana em um evento ou uma série de eventos. O resultado do contato direto do indivíduo com uma realidade que incentiva reações cognitivas.
Os 3 princípios do Design Thinking
Apesar de não ter receita, os princípios regem o conceito do Design Thinking. Esses princípios seguem a mesma base do Design Innovation:
Você já deve ter ouvido falar na frase icônica de Albert Einstein “Se eu tivesse uma hora pra resolver um problema e minha vida dependesse dessa solução, eu passaria 55 minutos definindo a pergunta certa a se fazer.”
No caso do Design Thinking existem 3 perguntas relacionadas aos princípios:
- Technology: A solução é possível de ser construída com os nossos recursos?
- Business: A solução é viável como empreendimento sustentável?
- Human Values: A cadeira de stakeholders deseja ou dá valor para a solução?
Quais são os mindsets essenciais para profissionais que querem trabalhar com Design Thinking
Qualquer profissional pode atuar dentro de squads do design thinking para resolução de problemas, mas a equipe precisa ter 6 características importantes:
- Empatia: nada mais é do que se colocar no lugar do usuário que tem aquele problema para que ao vivenciar a sua experiência consigamos entender o cenário
- Colaboração: é preciso fomentar a colaboração entre todos os envolvidos para enfrentar o desafio com diversos pontos de vista
- Transdisciplinaridade: é o ato de procurar envolver todas as disciplinas ou especialidades relevantes para o desafio a ser trabalhado.
- Lógica: será preciso trabalhar sobre os dados existentes para gerar novas métricas que vão alimentar o salto criativo.
- Criatividade: nesse caso, trabalhar a criatividade é essencial para tornar o resultado mais desejável, sustentável e possível.
- Prototipagem: quanto mais rápido se testa uma ideia, mais rápido ela pode ser aperfeiçoada e adaptada.
As etapas da abordagem do Design Thinking na prática
Apesar do Design Thinking possuir 7 etapas, uma abordagem muito utilizada atualmente é do The Double Diamond:
Falaremos sobre cada etapa do processo baseado em divergência e convergência abaixo:
Passo 1: Investigar
Estamos na fase da Investigação, também verbalizada como: pesquisar, mergulhar no problema, imergir, explorar, descobrir, observar ou simplesmente tentar entender o que está acontecendo no contexto real do problema.
Antes da investigação é essencial que haja uma reunião de alinhamento de expectativas, uma lista de dados sobre o cenário do problema para estudo.
A investigação deve ser feita com todos os envolvidos no processo daquele problema a ser resolvido: clientes, colaboradores, parceiros, financeiro, logística etc.
Esse é o momento de descobrir todas as informações possíveis que possam influenciar na resolução do problema.
Fique atento, pois todas as falas, ideias, suposições, reclamações e afins são importantes. Não é hora de julgar ou deixar informações de fora, pelo contrário, aqui que se usa a empatia.
Passo 2: Organizar
Antes da etapa de definição, o ideal é organizar todo o material capturado na investigação.
A colaboração é essencial nesse momento, pois será necessário juntar informações muitas vezes capturadas por diversas equipes ou pessoas.
Tente agrupar por assuntos, ideias, temas, coisas positivas e negativas. A ideia aqui é agrupar por similaridade.
Passo 3: Definição
Estamos na fase da Definição das interpretações, também verbalizada como: escolher, criar um ponto de vista, tomar uma decisão, sintetizar, focalizar ou identificar.
A interpretação lógica dos dados oferece uma base para imaginar o que pode ser criado.
Dessa forma, tentar interpretar o que está acontecendo ao mesmo tempo incentiva insights criativos.
A lógica é muito utilizada nessa fase, já que é preciso tomar decisões possíveis, viáveis e desejáveis.
Passo 4: Criar ou Idealizar
É a fase na qual estaremos explorando hipóteses que podem melhorar o que existe ou desenvolver algo que ainda não existe.
Essa é a hora de usar a criatividade! Mas fique atento, a criatividade não é uma ideia que surge do nada. Existem diversas ferramentas para fomentar a criatividade.
O brainstorming é uma das ferramentas mais utilizadas nessa etapa, pois estimula as pessoas a se sentirem à vontade para sugerir ideias.
Isso porque o brainstorming é um momento colaborativo onde todas as ideias são válidas e quanto mais ideias, melhor será o resultado.
Ouvir a ideia do outro pode ajudar a criar novas dimensões para a sua ideia, ou seja, as ideias são colaborativas.
Passo 5: Prototipagem
Também verbalizada como: testar, esboçar, refinar, moldar, fazer uma prova, ensaiar, treinar, iterar, modelar e exemplificar.
É aqui nessa etapa que você tentará fazer um esboço ou uma prévia da sua solução de forma que consiga testar e validar a hipótese que levantou na fase anterior.
Essa é a fase da tentativa e erro, sabe? Mas no final das contas quanto mais cedo erramos, mais cedo chegamos a uma solução aceitável.
Não desanime caso tenha que fazer muitos ajustes, mudar a rota, voltar todas as etapas.
Passo 6: Implantar
Também verbalizada como: sistematizar, desenvolver, finalizar, montar, instalar, manualizar ou validar a solução.
É a hora de colocar a solução no mercado e continuar testando. Afinal, nenhuma solução é eterna, sempre haverá mudanças.
Por fim, como pode ver, a abordagem do design thinking é centrada na resolução de problemas com efetividade, porque tem o cliente como o centro. Não se esqueça desse detalhe!